Traumas

9:00 da tarde

Regra geral, um acidente deixa algum trauma, especialmente se for um acidente grave. Mas mesmo que não seja muito grave, se for a primeira vez que uma pessoa tem um acidente, demora até se recompor. 

O primeiro acidente que tive sozinha foi à cerca de 5 anos, com o meu carrinho novinho, lindo de morrer. Bati de frente com outro carro quando ia por engano entrar na segunda circular em sentido contrário. Eu explico: foi uma altura complicada da minha vida e estava desorientada nessa altura. Não devia ter saído de casa mas acabei por sair, fui buscar uma amiga, e enquanto lhe contava as minhas angústias banhada em lágrimas perdi o norte. Não sabia onde andava e estava a conduzir em piloto automático. BUM! Foi-se o carro (tinha acabado de mudar o seguro de contra todos para contra terceiros, não há coincidências. Tinha de ficar sem aquele carro). 
Tinha a carta há pouco mais de dois anos portanto pode-se considerar que era novata na arte da condução. Um embate como o que fiz (que lixou a parte da frente toda do carro e rebentou com os airbags) pode ser traumática. 
Nessa noite, meditei sobre o assunto e percebi porque razão tive de sair de casa, perder-me pelo caminho e bater naquele carro. O meu verdinho estava destinado a não ficar comigo. 
Não fiquei com medo de conduzir. Assim que tive oportunidade de vender o carro (a um cigano que ainda me quis enganar mas sou mais cigana que ele) fui comprar outro a Faro e vim, de Faro, sozinha com o carro novo (velho vá mas em óptimo estado). 
Agora tive um acidente de mota. Não estava a conduzir mas caímos. Um acidente de mota é mais traumático. Estamos mesmo em contacto com o chão e esfola-se grande parte do corpo, fica-se com nódoas negras e, no meu caso, cicatriz na perna. 
Aconteceu tudo muito rápido mas lembro-me perfeitamente da queda. Lembro-me de ver o carro a fazer a manobra repentina, o ff a tentar desviar a mota, a bater no carro e cairmos redondinhos no chão com 300 quilos de peso. A queda pareceu ser em câmara lenta porque enquanto caíamos pensava "vamos cair no chão, será que me vou partir toda? Espero que o capacete aguente". E pumba, queda! Senti logo a perna toda a arder mas consegui levantar-me. A minha preocupação era o ff que estava por baixo da mota e não conseguia tirar a perna. Pensei que tinha partido a perna toda mas a mota é um  BMW!! Graças a deus! Protegeu-o bem e não ficou com nada partido mas tudo dorido.
Assim que me senti mais tranquila, sentei-me porque a perna doía-me muito e vi que tinha sangue. Mexia bem portanto não seria nada partido ou fractura exposta. Era mesmo um golpe feio. 
Provavelmente poderia ficar com medo de andar de mota. Mesmo tendo sido um  acidente relativamente pequeno, foi um acidente que nos deitou ao chão e deixou mazelas. Mas estou sem medo nenhum. Tenho estado nestes dias a reviver o episódio não de uma forma traumática mas científica. Nunca tinha caído de mota e acho fascinante a sucessão de eventos. Enquanto está a acontecer é rápido, não dá para fazer "pause", "rewind" ou "fast forward". Agora posso e consigo perceber porque tenho dores aqui ou ali, porque tenho nódoas negras num lado e não noutro. A parte científica destas coisas é de facto interessante. :) Quando bati com o carro, o que mais me fascinou foi o som do metal a chocar. Podem chamar-me louca mas é um som muito bonito. Não dá para explicar. 
Fica o enigma do golpe da minha perna pois ainda não conseguimos perceber como fiz o corte. 

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