Um par de estalos preventivo

12:09 da manhã

Esta semana fui à reunião de pais na escola da minha filha. Aquela reunião que só os pais mais conscientes assistem pois, coincidência ou não, os pais dos miúdos mal comportados não aparecem. I wonder why...

A minha filha não é mal comportada mas conversa muito nas aulas e eu não sou uma mãe extremamente consciente mas gosto de saber o que se passa. O que mais me chateia nestas reuniões são os pais que se armam aos cucos e que acham que os seus filhos não fazem asneiras, não se portam mal e não mentem. Só os outros miúdos são assim, os seus são uns santinhos e raramente apontam o dedo aos seus filhos. 
Mas melhorou ao longo dos anos. Vejo agora mais pais a porem o dedo na consciência, a assumirem o que os filhos são e a quererem corrigir os comportamentos deles ou os erros que cometeram na educação dos seus filhos. São poucos mas já conta como evolução.
Regra geral pouco falo nestas reuniões. Para mim, servem mais para perceber como os pais se comportam e se são muito diferentes de mim, para saber o que se passa na escola e qual o comportamento da minha filha. 
Sempre que falei nas reuniões correu mal porque não sou uma mãe convencional, não sigo aquelas regras que não sei onde estão escritas mas que definem os pais como bons ou maus, falo directa e abertamente sobre a minha filha e assumo o que tenho em casa. Não finjo que tenho outra coisa só porque fica bem e quero pertencer ao clube fictício de pais que não batem, não ralham e não castigam os seus filhos porque traumatiza os miúdos.
Eu sei que não podemos comparar a nossa educação ou a dos nossos pais à dos nossos filhos. As coisas são diferentes, muito diferentes. Mas vamos lá ser realistas, uma palmada bem dada ou um castigo no momento certo nunca traumatizou ninguém. 
A educação sempre foi difícil e não se vai tornar mais fácil, pelo contrário. Os miúdos têm acesso a muito mais do que nós tínhamos, têm opiniões sobre o mundo que lhes permite argumentar sobre coisas que nós, com a idade deles, não pensávamos sequer. Isto complica tudo. Pensam que podem opinar sobre tudo inclusive as escolhas que fazemos e que têm um impacto directo neles. Cansam com os "mas porquê" que se estendeu para além dos 3 anos de idade, com os "mas eu quero", "mas eu sei", "não porquê" o que nos leva muitas vezes a desistir ou ceder. Erro! Grande erro.
Ceder abre um universo sem precedentes e torna os nossos miúdos inconscientes da existência de limites.  Fingir que o mundo é cor de rosa também não os ajuda porque no dia em que terão de o enfrentar irão certamente seguir terapia para o resto das suas vidas. 
Apresentar o mundo tal como ele é, cheio de defeitos, apresentar a nossa vida com todas as suas dificuldades só os ajuda a saber lidar com o mundo quando o encararem sozinhos.  

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